sexta-feira, 30 de maio de 2008

CAMINHANDO COM CRISTO



O caminho com Cristo surpreende o incauto peregrino.

É com sobressaltos que tomamos conhecimento D’ele, e de como Ele é.

É no assombro que a sua luz provoca em nossas contumazes trevas que descobrimos cicatrizes, feridas e chagas abertas em nós ou, que causamos aos outros. Sua luz desvenda as limitações reais e verdadeiras de nosso ser e, muitas que foram criadas com dogmas, paradigmas e preconceitos.

Caminhar com Cristo é ser consciente dos perigos da estrada, dos obstáculos e das sinuosas curvas e os desafios que espreitam o viajante. No entanto, é na eficiente sinalização do Espírito que trafegamos confiante no imensurável desfecho da rota.

Longe de uma peregrinação exaustivamente neurótica, ou de um caminhar enfadonho e rotineiro, essa caminhada nos conduz por paradas restauradoras, por entre reconfortantes estações e prazerosos oásis onde a poeira dos nossos pés é limpa e a fraqueza de nossas mãos transforma-se em força motriz.

Caminhar com Cristo é redescobrir valores esquecidos por uma sociedade dominada por uma febre de consumo, que transforma pessoas em números, ou em coisas, e que se permite toda afronta a Deus negando-lhe a adoração. Essa caminhada produz um retorno aos princípios e valores cristãos, e eles, são inegociáveis.

Caminhar com Cristo é ter incontáveis encontros e reencontros, e nessas inusitadas paragens reencontrar a nós mesmos, pois nos perdemos e permitimos que o mundo construa os nossos sonhos e desejos, e os sonhos que o mundo cria, são sempre pesadelos disfarçados e os desejos que nos impõem, são perversões e loucuras.

Caminhar com Cristo é experimentar a exuberante brisa da liberdade espiritual e oxigenar nossas veias com o mais puro sopro do Divino. É saber quem somos, para onde vamos e aquecer nosso coração com as brasas do Espírito Santo.

Essa caminhada é feita passo a passo, com vitórias e fracassos porque tudo conta como algo que contribui para o bem de quem o ama.

Logo, o que é fracasso? Que o Senhor não transforme em vitória?!!

E a vitória? Que valor ela tem se perdemos a sintonia com o PAI?!!!

Portanto, enxuga as lágrimas - embora chorar faça bem quando sabemos o limite entre o lamento profundo e necessário, e a mania de comiseração que gostamos de cultivar – e segue em frente, meu irmão-irmã; porque caminhar com Cristo é ter uma viva esperança tão esplendorosa que, mesmo que estrada esteja no deserto ela deve ser verdejante e frutífera.

O caminho da graça de Cristo Jesus é SAIR dessa contextualização extremamente individualista e ególatra que vivemos e IRMOS rumo a Deus e ao próximo, permeados pelo amor que Ele, Jesus, faz brotar em nossos corações.

O caminho é feito de Cruzes, de arados e de poeira, no entanto (entenda) há um rio da Graça que nos lava, cura e salva....

quinta-feira, 22 de maio de 2008

A ESCANDALOSA SIMPLICIDADE DE JESUS



As palavras de Jesus foram duras, poderosas, amáveis, reconfortantes; palavras que eram espírito e vida, mas, era também cortante ao ponto de dividir a alma e o espírito. Eram palavras escandalosas.

Os milagres de Jesus foram extraordinários, impressionantes, estarrecedores; foram atos dignos de alguém que vinha em nome e nas atitudes de Deus. Eram obras do próprio Deus. Não escolheu dia (podia ser sábado ou não). Não escolheu hora (manhã, tarde, noite, madrugada). Também não escolheu lugar (na estrada, no templo, na casa de Simão), simplesmente operava. Eram milagres escandalosos.

As escolhas de Jesus eram inusitadas, surpreendentes e muitas vezes provocativas. Ele escolhe estar com publicanos (cobradores de impostos para romanos), com os pecadores, com a população inculta e simplória, carente de recursos e pobres de Deus. Não se deixava levar pelas aparências, e sim, atuava pela sua misericórdia e amor. Foram escolhas escandalosas.

A vida de Jesus e seu ministério terreno foi o averso de toda expectativa político-militar que se tinha do Messias. Onde os mantos reais, as vestes sacerdotais, o séqüito de serviçais, as concubinas, escravas sexuais? Onde o palácio e suas legiões impetuosas ou sua guarda pretoriana?

Onde?

Era rei, profeta e sacerdote.

Era o Salvador, Libertador, Mestre e Senhor.

Mas era um simples homem. Filho de um carpinteiro e de uma humilde Maria. Vivendo uma vida singela e simples.

Isso era um escândalo!

Um escândalo maior que as suas palavras, seus milagres e suas escolhas. Muitas vezes não estamos devidamente conscientizados da humanidade simples de Cristo e suas conseqüências doutrinárias para o cristianismo. E assim, construímos teológica e filosoficamente um Jesus inacessível em seu trono, que estaria preocupadíssimo apenas com as filigramas teológicas que sacode a sua Igreja.

Na falta dessa consciência humanitária da natureza de Cristo e a sua simplicidade teológica, inventamos um cristianismo carregado de aparatos, mas, desprovido da essência da religião cristã, que é Jesus.

E quanta invenção!

Inventamos vestes sacerdotais imitando os imperadores romanos, aparatos que Jesus jamais vestiu. Inventamos catedrais de ouro, imensos e luxuosos templos para um Jesus humilde que montado num jumentinho entrou em Jerusalém, mas que se perderia nos corredores dessas “igrejas”. Inventamos católicos, protestantes, coptas, ortodoxos e tantos outros grupos com suas guerras santas por um Jesus, que morreu na cruz para que os n’Ele cressem jamais se dividissem, porém se amassem uns aos outros acima das picuinhas religiosas e ególatras.

Pare! Pare tudo!

Quero que você pense um pouco em Jesus.

Olha, é em Jesus. De verdade!

Não o Jesus paradigmático e dogmatizado, não o Jesus neurótico e estático, não o Jesus oferecido como uma mercadoria barata, não o Jesus estatizado e negociável, não o Jesus dissecado pela teologia dita cristã, que apesar de dois mil anos é incapaz de descrever um só sorriso de Cristo.

Quero que você pense no Jesus homem. Com os pés cobertos da poeira dos caminhos da Galiléia; Jesus sentido a dor dos semelhantes e incorporando-as. Jesus cansado, dormindo no barco; preocupado com a fome da multidão e providenciando pão. Jesus ensinando a evangelizar. Chorando pelos os amam. Sorrindo com o retorno e a euforia dos evangelhistas. Jesus homem, sendo homem, verdadeiro Deus.

Quero que você pense no Jesus Deus. Deus dos desamparados, dos desprovidos, injustiçados, dos que se acham só e não estão. Deus que se faz incompreensível para os poderosos, os intelectuais e sábios, mas que vive plenamente no coração dos que crêem na loucura do Evangelho da sua Graça.

Evangelho que se resume a uma só pessoa: Jesus!

Evangelho que se resume a uma só mensagem: o amor de Deus!

Evangelho que se resume a uma só atitude dupla do homem: arrependimento e fé!

Evangelho que não é uma expressão religiosa, e sim, vida com abundância.

Evangelho que não é uma teoria filosófica, e sim, uma prática no servir.

Libertos dos “jesus” que foram inventados, sejamos Igreja Católica Apostólica Cristã, una e verdadeira, tendo Jesus como centro vital, o amor como mote e o servir como prática diária.

Sem aparatos, sem invenções, sem luxos, porém, simples com as pombas e sagazes como as serpentes...

domingo, 18 de maio de 2008

UM CONVITE A MEDITAÇÃO


“Quanto amo a tua Lei! É a minha meditação, todo o dia!”

(Salmos 119.97)

Uma das coisas mais interessante que encontramos na Palavra de Deus é o seu constante convite a meditação reflexiva. Podemos perceber que para Deus, é fundamental que o homem pense e construa um cristianismo capaz de discernir as coisas que vem do alto através do seu entendimento, e esse conhecimento parte de nossa capacidade meditar.

Muitas das idéias absurdas que circulam hoje pelas igrejas foram concebidas na pressa de se descobrir uma novidade gloriosa. E, como não temos destinado tempo pra a saudável meditação, engolimos torpes revelações e duvidosos ensinos como se fossem verdades nas Escrituras.

O livro dos Salmos é uma grandiosa seqüência de momentos a sós com Deus, onde o salmista contempla as maravilhas e Deus e o reconhece em cada momento da sua vida, percebendo-o em cada acontecimento, tanto os favoráveis, quanto os desfavoráveis. A própria medicina moderna lança mão dos revolucionários estudos clínicos de hoje e, afirma que quem mantém o hábito de meditar, tem uma melhor qualidade de vida.

Mas, porque é tão importante meditar? Não seria perder um tempo valioso do dia ficar ruminando pensamentos? Porque essa prática é tão fundamental no cristianismo?

Ora, meditar é fundamental para nós, cristãos, por diversas razões. Vejamos algumas delas:

1. A meditação nos ajuda a discernir e perceber a ação de Deus através da sua criação (Sl 19.1);

O salmista nos convida a lançar um olhar perscrutador sobre as manifestações da natureza e que estão acima e além de toda capacidade criadora do homem. Ao observar o sol, a abóbada celeste, o firmamento, o mar, as grandes montanhas somos naturalmente tomados por um sentimento de insignificância e temor a Deus. Esse sentimento vem alojar-se em nossos corações, levando-nos a reconhecer aqu’Ele que concebeu tais obras e expressar um cântico de louvor ao Senhor, como fez o salmista: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas mãos”.

Quando paramos para meditar na infinidade do universo, nas profundezas do oceano, na exuberância das florestas, no equilíbrio entre a fauna e a flora, somos achatados em nossa pequenez e levados a uma glorificação ao Autor da Criação numa incontida exultação: “Grande é o Senhor e mui digno de ser louvado”(Sl 48.1).

1. A meditação nos ajuda a discernir e viver o amor de Deus pelo seu povo (Jr 31.3);

Um segundo convite da Bíblia para nossa vida e considerarmos o amor de Deus por nós, seu povo escolhido. O mesmo Deus que criou toda essa formidável natureza e tudo que nela há, desde a maior estrela a menor de todas as flores, o Deus infinito e insondável, é o Deus que nos escolheu para sermos um povo santo e exclusivo seu. Não vivemos entregues a própria sorte, pois Ele tem cuidado de nós, e se vivemos, é porque a sua misericórdia se renova a cada dia e não permite que sejamos destruídos.

Quando meditamos somos levados a pensar profunda e responsavelmente sobre esse amor inexplicável de Deus, que nos constrange e cala a nossa boca das murmurações, quando refletimos o que Senhor fez por nós: “Mas Deus prova o seu amor para conosco, pelo fato de Cristo ter morrido por nós, sendo nós ainda pecadores”(Rm 5.8).

3. A meditação nos ajuda a discernir e desenvolver os ensinos de Jesus para a nossa vida e nossa Igreja (Lc 10.41);

Marta estava ocupada em muitas tarefas e por isso se achava ansiosa. Maria, ocupou-se primeiro em meditar para que assim pudesse trabalhar.

Quantos de nós estamos vivendo dessa forma? Ocupados demais para quedar-se aos pés de Cristo. Ansiosos demais para sentir sua presença acolhedora e tranqüilizadora. Quando Jesus contava suas parábolas, quando discursava e nos conduzia a olhar para os lírios do campo e as aves do céu, era uma exortação para que tenhamos em nosso dia momentos de intensa intimidade com Ele, meditando em sua doutrina e como aplicá-la em nosso dia a dia.

Para crescermos espiritualmente na sã doutrina de Jesus Cristo, é preciso termos tempo para a sua Palavra e para uma oração sincera aos seus pés. Uma só coisa é necessária: “Buscai em primeiro lugar o Reino de Deus, e a sua justiça, e todas as demais coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.33).

E eu, como estou em minha caminhada com Jesus? E você, como está? Pensemos em tudo isso aplicando em nossa vida da seguinte forma:

1. Procuramos disciplinar a nossa agenda para ter um tempo com Deus e meditar em sua Palavra?

2. Será que temos procurado manter, apesar do nosso dia a dia agitado, uma hora tranqüila, quedado aos pés de Cristo aprendendo, ou só temos lhe procurado quando as coisas não vão bem?

3. Será que realmente consideramos que todo o universo infinito não pode conter esse Deus grandioso e, no entanto, Ele ouve o nosso grito quando clamamos por socorro?

4. Será que temos tido tempo pra todas as coisas, esporte, televisão, amigos, etc, enquanto que para Deus apenas o resto?

Meditemos, irmãos, meditemos, pois esse é um convite de Deus em sua Palavra para o seu Povo.

Que Deus nos abençoe!

quarta-feira, 14 de maio de 2008

ESBOÇO DE SERMÃO - AS LIÇÕES DE UMA IGREJA MISSIONÁRIA


Text
o: Atos 13.1-4

Introdução:

Antioquia da Síria foi uma Igreja missionária por excelência. A sua própria fundação se dá por uma inusitada expansão missionária: por causa da perseguição, gerada com a morte de Estevão (At 11.19-21), muitos cristãos saíram de seu “lugar-seguro”, Jerusalém, e percorram extensas regiões pregando a Palavra do Reino de Deus. Alguns chegando a Antioquia obtiveram um grande resultado e uma frutífera Igreja nasceu ali.

A Igreja em Antioquia da Síria mais do que qualquer outra compreendeu a importância da evangelização missionária para a economia de Deus. Ela nos deixou um enorme legado quanto a prática dessa obra em nossas vidas e em nossas igrejas. Podemos destacar algumas dessas lições para a nossa edificação:

1. BUSCAVAM COMPREENDER A VONTADE DE DEUS

a. Não se desvinculavam ou deixavam de estar na Igreja. (Hb 10.25);

b. Oravam e jejuavam constantemente (At 13.2);

c. Estimavam em grande honra os profetas e mestres ((At 13.1).

2. BUSCAVAM DESENVOLVER UMA SENSIBILIDADE ESPIRITUAL

a. Eram sensíveis a voz do Espírito Santo (At 13.2);

b.Essa sensibilidade era acompanhada de obediência (At 13.3);

c.Essa sensibilidade era traduzida de forma racional, compreensível (At 13.2-3).

3. BUSCAVAM OFECER O MELHOR PARA DEUS

a. Ofereciam o Melhor de suas vidas (At 11.27-30);

b. Ofereciam os irmãos mais capacitados para a obra de Dus e não aqueles que são um problema (At 13.1-3);

c. Ofereciam as primícias e não o que sobra

Conclusão:

Podemos concluir fazendo uma avaliação de nossa caminhada cristã e as aplicações de nossas igrejas, se de fato, compreendemos o chamado missionário que todo cristão recebe:

  1. O que tenho buscado realizar, minha vontade ou a vontade de Deus?
  2. Que sensibilidade espiritual tenho desenvolvido, algo apenas gutural, sensacionalismo ou tenho estado consciente que ouvir o Espírito e não ter obediência não significa nada?
  3. O que tenho oferecido a Deus? As primícias? O melhor? Ou o resto? Quando dá?

Possamos refletir nas lições que a Igreja em Antioquia legaram para nós, como Igreja, hoje.

(Sermão pregado no Culto Missionário na Igreja de Deus no Brasil)

terça-feira, 13 de maio de 2008

A IGREJA DE CRISTO TEM QUE SER "ACESA"


Sejamos sinceros! A Igreja de Cristo não tem nome! Ela é a universal assembléia dos eleitos (Hebreus 12.23). Ela não tem dono, pois é propriedade exclusiva de Deus (1ª Pedro 2.9). Ela não tem cabeça além de Jesus Cristo (Efésios 1.22). Ela é a expressão corpórea e visível do Deus invisível (1ª Coríntios 12.27), constituída para ser benção a todas as famílias da terra, dando continuidade a missão recebida por Abraão (Gn 12.1-3).

Placa de igreja não leva ninguém ao céu. Mas, sem a graça e a misericórdia do Salvador, nem sequer acertamos o caminho. Porque Ele é o Caminho, a Verdade e a vida (João 14.6).

No entanto, olhamos para a instituição “Igreja” e nos perguntamos como saber se a sua conduta coaduna com o ideal de Jesus quando institui a sua Igreja? O que a Igreja Cristã precisa realmente ter para que possamos provar o sal e a luz do seu testemunho?

Ora, a Igreja de Cristo tem que ser “ACESA”!

Mas em que consiste essa afirmação aparentemente casual e simplista?

ACESA é um acróstico que usamos para identificar a intrínseca relação da Igreja com aqu’Ele que é a Pedra Angular, a saber, Cristo Jesus, o nosso Senhor.

Traduzindo em miúdos:

A = ADORAÇÃO

A Igreja de Cristo deve ter como principal missão a adoração ao Senhor. Esse o primeiro e grande mandamento. Disse Jesus: “Adorai ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento” (Mateus 22.37,38).

Quando esteve com a mulher samaritana o Senhor Jesus esclarece o caráter dessa adoração: “Deus é Espírito, importa que os seus adoradores o adorem em espírito e em verdade” (João 4.24).

Ao perceber algo além do que Deus permitiu em seu Templo, Ele expulsa-os energicamente e declara: “A minha casa é casa de oração” (Marcos 11.17).

O mandamento incondicional de adorar ao senhor não consiste tão somente em reuniões animadas pelos brados estridentes de: “glórias” e “aleluias”, mas consiste numa atitude reverente de santidade em todo tempo e lugar. Para o adorador não existe a dicotomia: na igreja, no domingo de um jeito. No mundo, da segunda em diante de qualquer jeito. Na Igreja é uma graça, no mundo uma desgraça. Porque toda a sua vida é um constante louvor a Deus. Em seu trabalho, em sua escola, com a sua vizinhança, praticando esporte, seja o que for e onde for Deus estará sendo glorificado. Afinal, a Bíblia propõe um Culto racional, pelo qual experimentamos a boa, perfeita e agradável vontade de Deus (Romanos 12.2).

A Igreja deve fazer assistência social, buscar a justiça, defender os pobres, contribuir para a transformação da sociedade, mas, nenhuma destas necessidades pode ocupar a primazia que pertence exclusivamente a adoração.

C = COMUNHÃO

Na Igreja de Cristo deve imperar o desejo ardente de comunhão entre os seus membros. Disse Jesus: “...e amai ao teu próximo como a ti mesmo” (Mt 22.39).

Sem comunhão inexiste uma benção real e profunda para aqueles que compõem a Igreja. Havendo comunhão o Senhor ordena a Benção e a vida para sempre, essa é uma condicional inegociável na Palavra, veja o que diz os Salmos 133.3: “Oh! Quão bom e quão suave é que os irmãos vivam em união. É como o óleo precioso sobre a cabeça, que desce sobre a barba, a barba de Arão, e que desce à orla das suas vestes. Como o orvalho de Hermom, e como o que desce sobre os montes de Sião, porque ali o SENHOR ordena a bênção e a vida para sempre”.

Quando falamos de comunhão não estamos apenas explanando o desejo que deve haver dos irmãos quererem estar juntos em muitas oportunidades. Mas é também estar prontos para ajudar a levar as cargas uns dos outros. Ter moderação e boas palavras. Querer o bem e estar sempre pronto e disposto a perdoar, por mais difícil que possa parecer. O perdão é uma outra realidade, também, inegociável na Palavra de Deus. Disse Jesus: “Perdoa-nos as nossas dívidas, ASSIM COMO nós perdoamos aos nossos devedores” (Mateus 6.12).

Sem perdão, a Igreja não é de Cristo.

E = ENSINO

Jesus, quando evangelizava tinha uma profunda identificação com as comunidades que visitava. Sentia seus problemas e dificuldades, mas não chegava com soluções místicas ou mágicas. Ele começava sua campanha ENSINANDO E PREGANDO: “E percorria Jesus toda a Galiléia, ensinando nas suas sinagogas e pregando o evangelho do reino, e curando todas as enfermidades e moléstias entre o povo” (Mateus 4.23).

O comissionamento dos apóstolos trás uma ênfase no ensino da doutrina de Cristo que produzia a capacidade de crer: Ensinando-os a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém.” (Mateus 28.20).

Na Igreja Primitiva, os apóstolos ordenaram os diáconos para que eles pudessem dedicar sua vida na ministração da Palavra e no ensino: “Mas nós perseveraremos na oração e no ministério da palavra” (Atos 6.4).

Dentro do contexto atual, é função da Igreja ensinar o Caminho do Evangelho, a doutrina de Cristo, mas, também, deve participar de meios pelos quais possam ajudar a diminuir o fosso das desigualdades educacionais do lugar onde ela está estabelecida.

A Igreja de Cristo não produz ignorância, alienação nem fanatismo, mas trabalha pela transformação da sociedade contribuindo com o enriquecimento educacional. “Crescei na graça e no conhecimento” (1ª Pedro 3.18).

S = SERVIÇO

O crente que não está disposto a servir, a ser um humilde servo de Deus, trabalhando em sua Igreja, aconselho a procurar outro lugar para estar. Pois o cristão é antes de tudo um SERVO: “Vós me chamais Mestre e Senhor, e dizeis bem, porque eu o sou. Ora, se eu, Senhor e Mestre, vos lavei os pés, vós deveis também lavar os pés uns aos outros. Porque eu vos dei o exemplo, para que, como eu vos fiz, façais vós também”.(João 13. 13-15).

Cristo é o nosso modelo e exemplo, vejamos o que Ele declara a respeito do serviço: “Porque o Filho do homem também não veio para ser servido, mas para [servir] e dar a sua vida em resgate de muitos” (Marcos 10.45).

A Igreja de Cristo não o palco das grandes atrações artísticas, não é o salão de exibição dos dons carismáticos, nem a galeria dos ilustres intelectuais da fé, mas é o redil santo dos SERVOS de Deus, adquiridos por Cristo através do seu sangue no calvário.

A = ANUNCIAÇÃO (PROCLAMAÇÃO)

A Igreja de Cristo não departamentaliza o Evangelho, nem delimita a graça de Deus. “Sou pentencostal, não quero assunto com reformado”; “sou reformado, não creio em dons assim, nem assado”; “sou liberal, não creio em milagres”; “Sou do evangelho social”, etc. Não! A Igreja de Cristo anuncia o Evangelho da graça irresistível de Deus em Cristo Jesus, por meio do Espírito Santo. Cristo nos ensina o que pregar: “Ide por todo o mundo, e pregai o EVANGELHO a toda a criatura” (Marcos 16.15).

Não somos autorizados a pregar o nosso evangelho: “Quero dizer com isto, que cada um de vós diz: Eu sou de Paulo, e eu de Apolo, e eu de Cefas, e eu de Cristo” (‘1ª Coríntios 1.12).

A Igreja não tem necessidade de se enveredar por caminhos filosóficos ou ideológicos. A Igreja de Cristo não vive de conceitos, preceitos, preconceitos nem legalismos, mas da graça de Deus e do Evangelho de Cristo, porque é essa mensagem que conduz o homem ao conhecimento da salvação: “Porque não me envergonho do evangelho de Cristo, pois é o poder de Deus para salvação de todo aquele que crê; primeiro do judeu, e também do grego. Porque nele se descobre a justiça de Deus de fé em fé, como está escrito: Mas o justo viverá da fé” (Rm 1.16,17).

A Igreja de Cristo é ACESA!

ADORA

COMUNGA

ENSINA

SERVE

ANUNCIA

Solus Christus.

segunda-feira, 12 de maio de 2008

OS PROTESTANTES AMAM MARIA

Maria é um dos personagens mais fascinantes do Novo Testamento. Cultuada e adorada por uns a ponto de ter sido alçada na qualidade de deusa ou semi-deusa, ou simplesmente ignorada por outros que não meditam na importantíssima missão que a virgem de Nazaré cumpriu exemplarmente. Assim como João Batista, Pedro, Tiago, João Evangelista, Paulo, Etc. Maria ocupa um lugar proeminente na teologia neotestamentária, no entanto, em nenhuma hipótese, por mais bem intencionada que seja, podemos descentralizar a história da Redenção da figura de Jesus, porque Ele é que é o Cristo. É o seu sangue que é a nova aliança, derramado em favor de muitos. É o seu sacrifício na cruz que aplaca a ira de Deus. É a sua missão que eficaz e eficientemente conduz o homem a Deus. Na história da Redenção Jesus é o protagonista inigualável. Todos os outros (incluindo Maria), foram coadjuvantes desse roteiro divino.

Não quero discorrer neste artigo sobre a soberania de Deus na concepção e encarnação de Cristo, mas pretendo extrair algumas considerações sobre essa figura santa e amada por Deu e, que deve ser amada por todos aqueles que se proclamam cristãos, a saber: Maria de Nazaré, a mãe do salvador.

Uma das mais absurdas idéias que geralmente se tem dos protestantes é que não gostam de Maria, ou até nutrem pesados sentimentos por ela. Todavia isso se dá pelo julgamento precipitado e precoce que costumeiramente fazemos por não conhecermos o que é diferente de nós. Como protestante que sou, estudante da Escrituras Sagradas, obra na qual tenho dedicado minha vida, e ainda, pesquisador da história eclesiástica (embora leigo), posso afirmar que nenhum sentimento há por Maria que não seja o respeito, a admiração e o amor na ortodoxia e na ortopraxia protestante. Afirmo, ainda, que o verdadeiro protestante, o evangélico ama a Maria e a tem no mais elevado conceito na galeria dos escolhidos de Deus.

Porém, a amamos pelo que é, e isso está mais do que explícito na Palavra de Deus. Maria não é deusa, nem semi-deusa, nem co-redentora, nem intercessora, etc. Ela é, sim, uma agraciada e santa serva de Deus que colocou-se submissa para que a Obra do Senhor se efetivasse no mundo, nos dando assim, notáveis exemplos de fé, coragem, humildade e serviço.

Por isso a amamos!

Amamos Maria por sua fé. Uma fé que reside no Deus que prometera através das profecias ministradas pelos seus santos profetas, que o próprio Altíssimo faria morada no homem. Fé no Deus de Israel, único Deus, que não podia, não pode, nem poderá jamais ser representado por qualquer imagem de escultura ou coisa semelhante. Fé no Deus que torna possível o que é impossível para resgatar os seus escolhidos.

Que possamos ter a fé que Maria praticou no Deus que a salvou.

Amamos Maria por sua coragem. Não um arroubo histérico a ponto de sair pulando e gritando “aluías” e “glórias” e em meio a bravatas orgulhosamente declarar “Deus falou comigo!” “Deus falou comigo!”. Coragem verdadeiramente cristã, pois o quadro a sua frente era trágico e sombrio. Uma jovem virgem, desposada de um respeitável cidadão acha-se grávida. O que lhe esperava era a execração social e o apedrejamento. Mas, mesmo em face tamanho desafio, aquele jovem coloca-se nas mãos de Deus confiando inteiramente naquEle que a comissionava: “Eis aqui a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua vontade” (Lucas 1.38). Coragem essa que faria corar qualquer apologeta de hoje, moldados numa teologia meramente circunstancial.

Que possamos ter a coragem de Maria.

Amamos Maria por sua humildade. Muitas vezes quando alguém fala alguma coisa acerca da Maria geralmente o seu comentário não ultrapassa o parto de Jesus. No entanto, o exemplo de humildade da jovem de Nazaré perpassa toda a sua vida. Além de reconhecer Deus como seu salvador pessoal, Maria nunca se apropria de qualquer posição que de alguma forma viesse a suplantar o Filho ou qualquer dos apóstolos. E quando, mesmo sem ter ainda uma dimensão exata do que acontecera era despertada por Cristo, humildemente guardava no coração aquelas coisas. Maria tinha plena consciência que Ele era o salvador, o Cristo e, assim, como João Batista, sabia, que importava que ele (Jesus) crescesse e todo o mais diminuísse.

Que possamos ter a humildade de Maria.

Amamos Maria pelo seu serviço. Mais do que qualquer outra pessoa, Maria foi uma serva, na expressão máxima da palavra. Entregou-se inteiramente a sua missão sendo uma mãe exemplar no cuidado, no carinho e no amor por seu filho. E quando o ministério público de Cristo se manifestou, lá estava Maria, não ordenando, não querendo fazer do filho um mero milagreiro, mas preparando as ferramentas e servindo ao Mestre. O seu serviço deixa-nos um mandamento eterno para todos os povos, principalmente os cristão. Em Canaã, não opera o milagre, crê no Filho e apontando para Jesus, exorta: “Fazei tudo que Ele vos disser” (João 2.5).

Que possamos servir a Jesus como Maria.

Oh! Santa Maria! Maria mãe de Jesus que o povo evangélico ama e procura seguir o seu exemplo de fé operosa, de coragem testemunhal, de humildade verdadeira e de serviço constante, revelando o mais profundo dom de Deus: o amor! Maria de Nazaré, não a das imagens e estátuas, não a Maria das rezas e mantras, não a Maria da adoração ritualista e pagã. Mas, a serva do Deus Altíssimo cujo ensino ecoa não apenas em nosso ouvimos, mas em nosso corações e consciência que Cristo Jesus é o Caminho, a Verdade e a Vida e que, portanto, é a Ele que devemos seguir, assim como ela seguiu.

Amamos Maria, João, Pedro, Tiago, Paulo...Símbolos e exemplos da fé evangélica.

DIA DAS MÃES: O DESAFIO DE AMAR


O dia das mães é uma das datas mais emblemáticas do ano. O comercio agradece as inúmeras manifestações do amor na forma de profusos presentes. Velhas canções que não são mais executadas em nenhuma emissora de Rádio voltam a ser um sucesso, mesmo que por uma ou duas semanas. As mensagens melódicas e carregadas de frases de efeitos (repetidas por décadas) ganham a mídia e sacode um sentimentalismo consumista capaz de nos fazer torrar o limite do cartão para “não passar em branco com a mamãe”.

Uma característica desagradável da publicidade em torno do Dia das Mães é a imagem paradigmática de uma “rainha do lar”, que na verdade, mais se aproxima de uma escrava doméstica, que além de todas as enormes tarefas e funções familiares, lhe cai a maldição social de não poder sentir desejos que possam ir além fronteiras do “lar”.

Você nunca viu aquelas pedantes campanhas em que o presente perfeito da mamãe é um tanque de lavar roupa? Ou um liquidificador? Ou uma geladeira? Essas coisas são benefícios para toda a família e toda família deve, independente de datas, se esforçarem para adquirir-los por causa de sua utilidade comum a todos da casa, e não porque representa o ego satisfeito da mamãe.

A mamãe continua sendo uma mulher.

Mulher que sonha.

Mulher que deseja.

Mulher que necessita ter uma auto-estima de bem consigo mesma.

Mulher que carece ser amada, desejada, querida...

Que tal nesse ano comprar um vestido novo pra mamãe? Um perfume que faça despertar sentimentos e carinhos? Um presente que a faça sorrir e reviver inesquecíveis momentos de sua vida? Um presente pra mamãe-mulher, pra mulher-mamãe.

Que tal?

Que tal você presente sendo o presente da sua mãe?

Não como uma visita anual, ou que veio apenas para o tradicional almoço que sempre acontece por esse tempo. Mas como alguém que precisa dos afetos e eternos abraços incomparáveis de uma mãe, ou aquele filho que não despreza, por mínimo que seja os conselhos e o amor de uma mãe.

Já pensou nisso?

Em sermos capazes de vencermos essas manias neuro-consumistas que nos transformam em pessoas ocas de sentido e sem razão espiritual de ser, e faz do mundo e do meio em que nossos relacionamentos existenciais acontecem, um lugar que supervaloriza o que deve ser usado e desvaloriza o que deve ser amado?

Que tal vencermos nossas expectativas comerciais e nossas barganhas emocionais, nossas chantagens afetivas e transformamos esse dia num dia sem igual, inesquecível, porque não bloquearemos as nossas sedes de abraços, afagos, e nossa fome de amor genuíno e verdadeiro capaz de arrebatar o nosso coração em brasa e inundar de brilho intenso o nosso olhar?

Que tal?!?!

Façamos desse dia, o “Dia das Mães”, um dia único, e mesmo sendo único, seja repetidamente único, diariamente único, várias vezes único, todo dia único. Pois só temos o hoje para amar, não desperdicemos a oportunidade.

Afinal de contas, é por não sabermos apreciar a paisagem do momento, das pequenas coisas e dos pequenos afagos que fazem a vida valer a pena, é que estamos atolados nessa neurótica e enfadonha era pós-moderna. E como conseqüência concreta dessa nossa falta de percepção das melhores coisas é que mães choram esquecidas, maltratadas, abandonadas, abarrotadas de presentes que vieram desacompanhados dos sentimentos necessários para fazer o dia valer.

Apesar de todas as histórias pavorosas que tem nos perseguido nos noticiários, histórias sobre mães que abnegaram e renegaram o ser mãe, e cometeram torpezas inomináveis. Não deixemos que essas monstruosidades destruam ou manchem aquela cujo amor a Bíblia compare, somente, com o amor de Deus, a saber, as mães!

Se os homens pudessem experimentar como é amar, assim como ama uma mãe, talvez não resolvêssemos todos os problemas do mundo, mas, com toda a certeza ele seria bem melhor.

Que Deus abençoe todas as mamães, e que sejamos capazes de transformar todos os dias em dia das mães.