domingo, 29 de junho de 2008

A EXTRAORDINÁRIA VIAGEM CRISTÃ





Vem!

Segura em minha mão.

Mergulhemos na mais incrível viagem que o homem pode viver.

As vezes será necessário estômago forte para suportar as voltas labirínticas bem próprias desse caminho.

Arme-se de firmeza para vencer a pressão atmosférica das curvas precipitadas e sinuosas.

Não leve muita bagagem e as poucas que trouxer vá deixando em cada parada.

Curta a paisagem pitoresca e não reprima os assombros acidentais.

Aprecie, degustando em cada estação seus aromas e sabores; se enriqueça com cada uma delas, por que são únicas, por mais que você queira nenhuma voltará.

Vem!

A extraordinária viagem do cristianismo não nos levará as órbitas saturnais, nem a distantes e gigantescas nebulosas. Não seguiremos aos transes alucinógenos que dizem capazes de expelir a alma para incompreensíveis aventuras. Não desbravaremos mundos invisíveis ou esplendorosas civilizações de aguçada inteligência e organizada sociedade. A viagem com Cristo nos projeta pára dois lugares impressionantes e que são fundamentais em toda a nossa existência.

A primeira estrada nos leva para dentro de nós mesmos.

Sim!

Lá onde os rancores, as amarguras, os medos e terrores petrificam-se e se tornam colunas em nossa vida, traumatizando o dia a dia e aqueles a quem amamos e que nos amam. Lá onde os amores e desamores armarram suas tendas e os desencantos fincaram suas bases sólidas, transformando a nossa vida numa frenética correria onde amar é apenas uma palavra do nosso limitado vocabulário.

A extraordinária viagem cristã é um mergulho profundo em nossa própria existência, um reencontro com as nossas mais intimas vontades e sonhos, é um recuperar das nossas mais honradas virtudes e um transformar completo de nossas ações e intenções.

A eficácia do Espírito age na desconstrução do ser secularizado que somos, indo direto no âmago do que somos. O cristianismo não é moldado pelo projetar nos outros aquilo que queremos, mas um descobrir uterinamente quem somos e permitir que Cristo amolde-nos pelo seu amor.

Nessa viagem ocorrem frustrações e lágrimas sempre nos acompanharão, mas, o nosso Companheiro de viagem nos faz perceber a beleza da sua obra em nós.

A segunda estrada nos leva para os braços do PAI!

Não mais um mergulho intimista, porém um vôo que nos conduz aquEle que é tudo em todos e que pela sua Palavra criou-se mundos e fez-se jorrar a vida. Esse é o destino final para quem teve coragem de despir-se de suas fantasias humanóides e desvira-se das paranóias religiocas para firmar-se no Filho revelador do Pai.

Vem!

Cristo te fará conhecer a ti mesmo e curar a mais profunda dor da tua existência.

Vem!

Cristo te conduzirá ao lar. Celeste lar.

quinta-feira, 26 de junho de 2008

NÃO ME FALARAM DE CRISTO



Teve uma época em minha vida que decidi conhecer Jesus.
Foi um desejo latente e apaixonante, daqueles que vem para transformar a nossa vida.

Busquei-o em muitas formas e em todas as formas o “jesus” tinha uma forma que não era a sua própria forma.

Então, como Arquimedes a gritar “eureka!” pelas ruas, acendeu na lógica racional de minha mente procurá-lo onde Ele pode ser revelado de uma maneira especial e autêntica: na Bíblia.

Foi então que pude ter a experiência mais complexa e extraordinária de minha vida: conhecer Jesus Cristo através de Jesus Cristo.

Isso mesmo!

Quando nos debruçamos nas páginas eternas das Escrituras Sagradas vamos ter um contato com a Revelação Especial de Deus para as nossas vidas. Passamos a conhecer Jesus sem nenhum óculo teológico-doutrinário-político de plantão. Isso quando estamos dispostos a fazer de nossa leitura um momento de verdadeira alimentação espiritual e divina. Não lendo a Bíblia para combater essa ou aquela pessoa; essa ou aquela religião, mas, para encontrar O caminho, A verdade e A vida.

Descobri, então, estupefato, que não haviam me falado de Jesus Cristo.

Muitos me falaram de religião, e essa como uma instituição de regras humanas e imposições amargas, que perturbam e traumatizam os corações, que amputam sonhos e achatam as intenções mais puras e íntimas de nosso ser.

Outros me falaram filosofias infindáveis e neuróticas, de verdadeiras viagens teóricas e devaneios lúdicos onde os questionamentos brotam como incontáveis ondas existenciais mas não se tem nada de concreto, alias, nem o nada é alguma coisa.

Ah! Falaram-me também, de um camarada zangado e enfezado que lançava raios e maldiçoes sobre tudo e todos e exigia tudo e não se satisfazia com nada. Andava sempre de olho com aquele jeitão de um disciplinador severo, pronto para castigar a qualquer momento.

Sabe o que mais?

Falaram-me de um deus cheio de barganha e negociações tolas e desfavoráveis. Que afirmavam que ele lhe concedia uma graça, mas essa graça precisava ser paga com uma promessa ou voto. Então quase entrei em parafuso!

Se é graça é graça.

Porque se for preciso pagar, nem que seja uma porção de areia da praia, na beira do mar para obter uma graça, já não é mais graça e sim barganha.

Então, as paginas da Bíblia foram como um copo de água para um sedento viajante do deserto. Foi como despertar de um torpor que alucinava e alienava de qualquer compreensão exata do Ser de Cristo.

Nela, o Espírito Santo revelou (por que é o Espírito Santo que orienta as nossas leituras e orações) um Jesus Cristo que me faz repousar tranqüilo, de quem eu posso aprender e suportar o fardo porque ele é leve, encontrei um Jesus que não fica pendurado eternamente num madeiro ou está numa região celeste inalcançável pelo pecador de modo que tem a necessidade dos “santos” para interceder.

Não! Esse Jesus Cristo habita com todos aqueles que lhe recebem como o Senhor de suas vidas e junto com o Pai faz morada em cada um de nós, transformando-nos em fontes vivas que jorram para a eternidade.

Esse Jesus é o meu pão diário onde minha fé é renovada e o meu espírito fortalecido.

Esse Jesus cura as minhas mais uterinas feridas e meus mais profundos traumas dando sentido para a minha existência.

Esse Jesus faz explodir dentro de mim a fé, o amor e a esperança que transforma o mais miserável ser em sal e luz da terra.

Esse Jesus jamais me desampara e me conduz para o seio do Pai para todo o sempre.

Eu andava perdido e desgarrado, mas foi achado por ti Senhor.

segunda-feira, 9 de junho de 2008

NÃO ESQUEÇA!



O Evangelho que escreveu o apóstolo João tem uma inigualável centralidade na pessoa divina de Jesus. Nenhum outro livro da Bíblia trás uma definição tão profunda do homem-Deus que Ele é. Em nenhum outro livro Ele recebe tantos nomes simbólicos para representar os aspectos de sua personalidade divina; ora Ele é o pão da vida, a luz do mundo, o cordeiro de Deus, e etc...

O capítulo 15 nos impacta pela analogia agrícola que Cristo faz de si mesmo e nos convida a refletir em 7 revelações que não devemos jamais esquecer.

Não esqueça de Deus, o Pai.

“O meu Pai é o agricultor”. Há uma grandiosa revelação da natureza de Deus através do próprio Cristo. Ele nos ensina sobre o aspecto criador do Pai, comparando-o a um agricultor responsável por uma vinha. O Pai é o planificador transcendente e incognoscível que fez surgir do nada todas as coisas pelo poder da sua Palavra. Ele é aquele que chama as estrelas do céu, uma a uma pelo seu nome, e nenhuma delas foge do seu poder. Por isso, não esqueça do Pai.

Não esqueça de Jesus Cristo.

“Porque sem mim nada podeis fazer...”. O Deus-Pai transcendente e incognoscível torna-se imanentemente conhecido em Cristo Jesus, o Deus-Filho. A única forma de conhecer esse Deus supremo e Todo-Poderoso é permanecer em Cristo. A única forma de ser transformado no novo homem é permanecer em Cristo. Não existe cristianismo sem que o cristão não esteja permanentemente em Cristo. E cai por terra toda e qualquer espécie de idolatria ou culto a qualquer outra pessoa que não seja Jesus Cristo, aquEle que é o caminho, a verdade e a vida. Por isso, não esqueça de Jesus Cristo.

Não esqueça do Espírito Santo.

“Quando vier o Consolador, o Espírito da Verdade”. O Espírito Santo é aquEle que convence o homem do pecado, da justiça e do juízo. Ninguém tem condição de compreender coisa alguma de Deus, ou de Cristo se o Espírito Santo não trabalhar em seu coração, em sua alma. Ele é quem consola e é quem intercede por nós com gemidos inexprimíveis. Ele procede do Pai e do Filho, e é igual em essência e poder. Estar com aqueles que receberam a Jesus como o seu Salvador e nos fortalece e consola. Por isso, não esqueça do Espírito Santo.

Não esqueça da Palavra (a Bíblia).

“Vós já estais limpo pela Palavra...”. A Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada é a revelação especial de Deus para nossa vida. Jesus afirma que as palavras que Ele proferiu, e que estão registradas nesse livro, são Espírito e vida. Ela é a nossa única regra de fé e prática. Quem por ela pautar sua existência jamais será abalado e o conhecimento do Senhor o guiará como bem registrou o salmista nos salmos 119.105 “Lâmpada para os meus pés é a tua Palavra, e luz para os meus caminhos”. Por isso, não esqueça da Palavra de Deus, a Bíblia.

Não esqueça da Igreja.

“Eu sou a videira, vós, os ramos”. Não se trata de uma instituição humanizada, dogmatizada, paradigmática e muitas vezes estatizada. Mas, trata-se de uma comunidade que mesmo estando no mundo não mais pertence a ele. Uma comunidade de pessoas que foram feitas amigos de Jesus, e por essas pessoas ele entregou a sua vida numa cruz. A igreja é a comunidade de pessoas escolhidas por Deus, através de Cristo e guiadas pelo Espírito que receberam a missão de guardar os mandamentos do Senhor e proclamar o seu Reino. Não deve ser conhecida pelo seu aparato teológico-fiilosófico, nem pela sua pomposidade institucional, muito menos pelos números e numerários, mas, deve ser conhecida pelo amor que reina entre os seus, tornando o Deus invisível, visível através do amor. Essa igreja não tem placas, pois é composta pelos que foram chamados (escolhidos) em todos os tempos e lugares para formar um corpo, o Corpo de Cristo. Por isso, não esqueça da Igreja.

Não esqueça de você.

“Vós sois meus amigos, se fazeis o que vos mando”. Lembre-se que o Evangelho de Cristo não negocia nem perde tempo e energia com indagações filosóficas, ele é imperativo e taxativo sobre a condição do homem: pecador, destituído da glória de Deus. Porém, em Cristo, através da obediência aos seus mandamentos, somos feitos amigos de Deus, há uma reconciliação plena, aponto de deixarmos a condição de criaturas e sermos feitos filhos de Deus. Éramos desesperadamente perdidos, mas com Ele (Jesus), somos maravilhosamente salvos. Saiba que Ele te ama e por esse amor entregou a sua vida para uma morte de cruz. Por isso, não esqueça de você.

Não esqueça do propósito final de Deus.

“Se alguém não permanecer em mim, será lançado fora”. Deus tem um propósito final para a sua criação. Regenerar um povo através do seu Filho, e quando estiver cumprido o número destes, o Senhor virá com poder e glória para estabelecer o Reino eterno. E nesse dia, que não estiver na videira verdadeira, será lançado fora. Essa é uma realidade inegociável do testemunho de Jesus. Ele, em breve, voltará. Por isso, não esqueça do propósito final de Deus.

Jamais esqueça de Deus, Jesus Cristo, o Espírito Santo, a Bíblia, a Igreja, você e o juízo final.

NaquEle que nos fez seus filhos.

domingo, 8 de junho de 2008

MUNDO TENEBROSO



Vivemos tempos difíceis.

Ouvimos coisas assustadoras.

Presenciamos acontecimentos tenebrosos.

De onde egressa tanto ódio e medo e trevas sobre os homens?

Nunca fomos tão menos humanos como demonstramos ser nesses séculos de controversas “luzes” e contraditórias conquistas científicas, sociais e econômicas.

O mundo cristão tem sido tão pouco cristão que os não-cristãos tornaram-se exemplos de atitudes cristãs.

Desde que Adão disse “não” a proposta de vida perfeita com Deus e em Deus, a humanidade desumaniza-se cada vez mais, pois, quanto mais distante de Deus o homem fica, menos humano ele é. Somente em Deus, por meio de Cristo é que somos, de fato, verdadeiramente “humanos” na exata expressão da palavra, porque no ato da criação do homem, Deus o fez imagem e semelhança sua.

Homem. Imagem de Deus.

Mas a queda distorceu e embaçou essa imagem antes límpida, agora, turva e irreconhecível imagem.

A nossa história, então, tornou-se uma seqüência absurda de violências, horrores e injustiças. Sangue e profusas lágrimas têm perpassado os tempos e as eras.

No princípio o fratricídio: o irmão assassinado. Em seguida, surgem as guerras étnicas e os violentos choques culturais e religiosos que geraram um rastro de incurável dor e ódio. Surgem, então, os impérios e suas volumosas sedes e fomes de poder e destruição, suas visões unilaterais de cosmos centrados em si mesmos: e que se dane os outros povos!

E na plenitude dos tempos, o Cristo surge para romper com os paradigmas de reino, poder e majestade: “É chegado o Reino de Deus”.

Ah! Que contraste e que decepção para os milicos religiosos-políticos de plantão, que esperavam uma hecatombe cósmica, pois, o Rei proclama: “meu Reino não é deste mundo”. E o Reino era composto de servos.

Mas, eis que o cristianismo ao crescer descristianiza-se e se transforma numa instituição estatal, servindo ao braço secular e servindo-se dele. E em nome de Jesus as cruzadas destruíram qualquer diplomacia e diálogo com os mulçumanos. E em nome de Jesus as fogueiras foras acesas e a diabólica inquisição torturou, mutilou e matou milhares de pessoas pelo simples fato de pensarem ou crerem diferente.

E protestantes e católicos se engalfinharam e guerrearam e se mataram em nome de Jesus. E mais guerras fluíram: guerras ideológicas, guerras políticas, guerras comerciais, guerras étnicas, guerras religiosas...

O Século 20 deixou um saldo histórico de inigualável perversidade: duas grandes guerras que falam por si só, a traumatizante experiência das armas nucleares, a fome nos continentes explorados, a indiferença do homem para com as realidades de Deus.

Homem, imagem de Deus.

Imagem distorcida e embaçada, imagem antes límpida, agora, turva e irreconhecível imagem.

Então, chegamos ao neurótico Século 21. O homem, no entanto, continua o mesmo. Somos capazes de ir à lua, mas incapazes de ir ao próximo. Somos capazes de falar por horas sobre Deus, mas incapazes de vivê-lo pó um minuto. Somos capazes de detectar com muita facilidade os erros nos outros, mas incapazes de reconhecer os nossos.

E no meio do turbilhão de nossa conturbada história, e no mais profundo do cansaço existencial ouçamos uma voz que grita ecoando pelos séculos: “Vinde a mim todos vós que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei, aprendei de mim”.

Se em Adão caímos, em Cristo somos reerguidos para fazer parte do seu Reino de servos, cheios de amor, fé e esperança capaz de transformar esse mundo tenebroso num campo fértil para que a semente da vida abundante possa brotar.

NEle que nos transporta das traves para o Reino do seu amor.

Solus Christus.